Baloiço

Baloiço

O baloiço, no seu balanço, renova a memória do berço materno.

Caillois inclui-o nos jogos de vertigem, que “consistem em uma tentativa de destruir por um instante a estabilidade da percepção e de infigir à consciência lúcida uma espécie de pânico voluptuoso. De todo modo, trata-se de aceder a uma espécie de espasmo, de transe ou de aturdimento que destrói a realidade com uma soberana brusquidão.” (Caillois, Roger. Os Jogos E Os Homens. Editora Vozes Limitada, 2017.)
Gera em nós a consciência de que estamos vivos porque corremos o risco de morrer. (Salinari, Raffaele K. L’altalena. Il Gioco E Il Sacro Dalla Grande Dea a Dioniso. Edizioni Punto Rosso, 2014)
Instrumento de práticas extáticas de vários tempos e lugares (México, Creta minóica, hook swingers hindu, Nepal), instrumento terapêutico, activador de processos catárticos (como no exorcismo das tarântulas no sul de Itália).
Símbolo de Thanatos no mito grego de Erigone, mas também do despertar de Eros no festival dos Baloiços (Aiora, sec. VI A.C.).
Um objecto que junta tempo, amor, ciclos de nascimento e morte, transformação, ambição à transcendência.


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